segunda-feira, 5 de maio de 2014

Entendendo melhor a formação do autoconceito/estima no processo de aprendizagem

A aprendizagem depende principalmente do tipo de relações que se estabelecem na escola e na classe. A prática docente é tanto cognitiva como afetiva. A compreensão emocional que surge quando os professores estabelecem vínculos com os alunos e fazem desses vínculos o suporte da aprendizagem cria condições propícias para a aprendizagem e para resultados acadêmicos de alto nível, gera sentimentos de satisfação e bem-estar profissional nos professores, transforma a tarefa educativa numa aventura comum, vitaliza os fazeres do ensinar.

A autoimagem e autoestima positivas contribuem para a construção de relações saudáveis e afetuosas no ambiente educacional, podendo potencializar a ação do docente.

Os professores devem trabalhar para valorizar a autoestima, autoconfiança e autoconhecimento, propiciando, assim, um ambiente educativo baseado na satisfação, na alegria, na felicidade, na solidariedade e na generosidade, também para com os discentes (e seus pais e os gestores).

Ao possuirmos uma autoimagem e uma autoestima mais positivas/reais, favorecemos nossas relações interpessoais, pois nos conhecemos melhor e gostamos mais de nós mesmos e conseguimos entender e gostar dos outros, tornando-nos pessoas mais afetuosas e respeitadoras das individualidades e diferenças. Neste sentido, o desenvolvimento de uma real e coerente autoimagem e autoestima é de fundamental importância para eu relacionar-me com os demais na sociedade.

A auto-estima de uma criança está diretamente relacionada a sua aprendizagem,  já que é através de seus sucessos e fracassos nessa área, que ela vai formando seu autoconceito. Mas qual seria a diferença entre auto-estima e autoconceito? Os dois não se referem à mesma coisa? Ambos estão ligados, mas não são a mesma coisa. O auto conceito seria a opinião que tenho de mim mesmo, ligado a meus sucessos e fracassos. Já a auto estima seriam os sentimentos decorrentes desse autoconceito, ou seja, como eu me sinto em relação a mim mesmo, a partir do conceito que me atribuo.

O autoconceito se desenvolve na relação da criança com as outras pessoa significativas de sua vida, então professores e colegas exercem um papel importante nessa questão. Essas pessoas atuam como espelho a partir da onde a criança pode perceber e formar a imagem que tem de si mesma. Essa imagem é formada através do afeto que ela percebe dessas pessoas em relação à ela. Isso determina se o autoconceito formado será negativo ou positivo.

Uma criança julgada inútil ou incapaz pelos seus professores e colegas, apresenta dificuldades de aprendizagem. Os colegas zombam ,e os pais, cansados das constantes idas à escola, também mostram depreciação e cobram/castigam a dificuldade de aprendizagem. O que acaba alimentando mais e mais o problema.

A maioria destas crianças tem estruturas depressivas no seu funcionamento psíquico, ou seja, são desvalorizadas (sou burro, não faço nada bem), são inseguras (não sei se consigo, faço isso ou aquilo?), tem pouca tolerância a frustração, desistindo rapidamente à primeira dificuldade ou respondendo agressivamente contra os outros. Elas antecipam negativamente as situações escolares.

É importante focar mais nos pontos fortes do que nas dificuldades. O reconhecimento dos pais é fundamental para o desenvolvimento da auto-estima, como por exemplo: “Você me deixou feliz com seu boletim” é muito melhor que “As notas do seu boletim me deixaram feliz”; “Que mangas deliciosas você apanhou na mangueira da vovó” não é uma frase tão rica quanto “Você conseguiu apanhar na mangueira da vovó umas mangas deliciosas”. É esse tipo de comunicação que melhor desenvolve a auto-estima, uma vez que dá destaque à pessoa e não ao comportamento. 

Tais estratégias podem ser também utilizadas por professores e outros profissionais que trabalham com a criança, que deste modo, vão fazer com que ela se sinta amada. E sendo amada pelo outro, ela aprende a amar a si mesmo e a reconhecer que é capaz de realizar determinadas atitudes que foram elogiadas pelos outros, e que passam as ser reconhecidas por ela mesma.

Entretanto, não é assim, infelizmente, que muitos professores agem com seus alunos. Muito pelo contrário, às vezes, pela impaciência, dificuldade ou falta de preparo para lidar com esta população em sala de aula, o professor acaba colocando seu aluno em situações vexatórias em sala de aula, que culminam nas piadas e no sarro por parte dos outros alunos. Contudo, espera-se, com este pequeno texto, contribuir no sentido de uma atuação mais consciente do professor em sala de aula, com vistas, principalmente, a melhorar a auto-estima e a relação de nossos alunos com o estudo. 

Fonte: ¹ http://www.unoparead.com.br/sites/cantodasletras/complementos/auto_estima.pdf
² http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/724/374
³ http://psicdodesenvolvimentoeeducacao.blogspot.com.br/2011/01/auto-estima-e-auto-conceito.html

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